Um ano de pandemia em resumo

2 março de 2021. Faz hoje um ano que foram diagnosticados os dois primeiros casos de infeção por SARS-CoV-2 em Portugal. Durante o ano de evolução da pandemia, o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) deu um contributo diário para responder a este novo desafio de saúde pública, mobilizando muitos dos seus investigadores num desígnio comum.

A informação obtida e o conhecimento produzido tiveram sempre a integração dos saberes disciplinários que cultivamos: a infeciologia, a epidemiologia, a bioestatística, a modelação matemática, a geografia, a psicologia, a sociologia, a nutrição e a comunicação.

Assim,

a) criámos um fórum aberto à comunidade para esclarecer dúvidas sobre o SARS-CoV-2;

b) abrimos uma linha de apoio telefónica dirigida aos participantes das nossas coortes;

c) lançámos, em colaboração com o INESC TEC, os Diários de uma Pandemia: diariosdeumapandemia.inesctec.pt;

d) participámos no desenvolvimento da app StayAway COVID;

e) produzimos a série de textos científicos “Da emergência de um novo vírus humano à disseminação global de uma nova doença”;

f) liderámos o rastreio serológico aos trabalhadores e estudantes do ensino superior público do Porto, particularmente na Universidade do Porto;

g) desenvolvemos uma aplicação que acompanha os indicadores da infeção e prevê a sua evolução a 7 dias;

h) iniciámos vários projetos, nomeadamente com financiamento competitivo, em domínios particularmente relevantes para compreender a COVID-19 e criar conhecimento indispensável ao desenho de respostas individuais e populacionais, abrangendo aspetos tão diversos quanto a gravidez e o período perinatal, os ensaios clínicos com fármacos (montelukast), a resposta imunitária à infeção, e a frequência e a identificação dos determinantes da COVID-19 longa, o efeito da infeção nas relações de género, o seu efeito no desempenho cognitivo e na cognição ou a forma como a COVID-19 induziu alterações na resposta dos serviços de saúde às mais variadas patologias, nomeadamente o cancro;

i) foram iniciados dois projetos de doutoramento centrados na infeção por SARS-Cov-2;

j) participámos em centenas de momentos de comunicação dirigidos à sociedade em geral através dos vários meios de comunicação social, das redes sociais ou participando em webinars temáticos;

k) procedemos à análise da informação relevante para a compreensão epidemiológica do curso da infeção em Portugal, com o cuidado de fornecer informação original, rigorosa e credível para as decisões políticas, como foi apresentado nas 16 “reuniões do Infarmed”.

Agora, que passou um ano, continuaremos a trabalhar para ajudar a compreender este problema de saúde pública, investigando e treinando recursos humanos de grande qualidade – uma evidente necessidade do país e do mundo!

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