Dia Internacional do Preservativo

A 13 de fevereiro assinala-se o Dia Internacional do Preservativo. O preservativo, quando usado corretamente, é altamente eficaz na prevenção das infeções sexualmente transmissíveis, entre as quais se inclui o VIH. O preservativo deve ser usado durante as relações sexuais vaginais, orais e anais e na partilha de brinquedos sexuais.

Ao longo dos anos, o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) tem publicado vários estudos que demonstram a baixa utilização do preservativo, nomeadamente, em grupos de risco.  Mencionamos alguns dos estudos que foram publicados.

The Lisbon Cohort of men who have sex with menneste artigo, mostra-se que mais de 20% dos homens que têm sexo com homens, pertencentes à Lisbon MSM Cohort, reportaram não ter usado o preservativo no último encontro sexual e que quase metade (46%) diz não ter usado o preservativo de forma consistente, nos últimos 12 meses. 

HIV Infection, risk factors and health services use among male-to-female transgender sex workers: a cross-sectional study in Portugal: este estudo, focado nas trabalhadoras sexuais transgénero, concluiu que 12% das que participaram na investigação, referiram não ter usado o preservativo de forma consistente com os clientes, no último mês. Concluiu-se também que aproximadamente 15% mencionaram viver com VIH e, dessas, mais de 22% afirmaram ter tido relações sexuais desprotegidas com os clientes, no último mês. Além disso, mais de 26% tiveram relações sexuais desprotegidas com parceiros (sem pagamento) no último ano. 

Cruising Venues as a Context for HIV Risky Behavior Among Men Who Have Sex With Men: a investigação estudou cerca de mil homens que têm sexo com homens em Portugal e concluiu que, aproximadamente, 19% usaram o preservativo de forma inconsistente com parceiros não habituais. Mais de 23% reportou ter tido relações sexuais anais desprotegidas com um parceiro, cujo estado serológico para o VIH era desconhecido.

Risk-taking behaviours and HIV infection among sex workers inPortugal: results from a cross-sectional survey: a investigação envolveu mais de mil trabalhadores sexuais em Portugal, e concluiu que 9% das mulheres, 27% dos homens e 19% das mulheres transgénero reportaram um uso inconsistente do preservativo com clientes, no último mês. 

HIV testing among Portuguese men who have sex with men–results from the European MSM Internet Survey (EMIS): este estudo, focado nos resultados do EMIS (European Men who have Sex with Men Internet Survey) 2010, em Portugal, mostrou que 41% dos homens que têm sexo com homens que nunca realizaram o teste para a infeção do VIH mencionaram ter tido relações sexuais anais desprotegidas, nos últimos 12 meses. Verificou-se ainda que, dos participantes que viviam com VIH e que tinham carga vírica detetável ou que desconheciam o seu estado serológico, 38% reportou pelo menos um episódio de relação sexual anal desprotegida com um parceiro, cujo estado serológico era desconhecido ou serodiscordante, nos últimos 12 meses. 

Livro “Sida em Meio prisional” (Fundação Calouste Gulbenkian): o livro, focado na população dos Estabelecimentos Prisionais de Tires e do Montijo, constatou que 25% dos homens inquiridos referiu nunca usar ou usar raramente o preservativo e que 51,8% das mulheres nunca usou ou raramente usou este método de contraceção. Verificou-se igualmente que 54,5% dos homens não usou o preservativo na última relação sexual com um parceiro não habitual e que 63,5% das mulheres também não usaram. 

Imagem: Unsplash/Reproductive Health Supplies Coalition 

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