UPPer: Consumo de alimentos ultraprocessados, perfil nutricional e obesidade em Portugal

Sara Rodrigues

Investigador responsável

Investigador Doutorado Integrado

Tipo de projeto:

Nacional

Referência:

POCI-01-0145-FEDER-032090

Instituições participantes:

Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP), Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo - Brasil (NUPENS/USP)

Fontes de financiamento:

FEDER

Data de início:

16/07/2018

Data (prevista) de conclusão:

14/01/2022

Orçamento total:

Orçamento total: 163.238,67€; Orçamento atribuído ao ISPUP: 20.910,32€

Linha de investigação:

L3 - Determinantes genéticos, ambientais e comportamentais da saúde e da doença

Laboratório de investigação:

Avaliação dos hábitos alimentares e dos seus determinantes

Resumo:

Durante o século 20, os padrões alimentares nos países desenvolvidos mudaram radicalmente como resultado do crescimento económico, aumento do poder de compra das pessoas, avanços na tecnologia de alimentos, mudanças no ambiente alimentar, incluindo marketing de alimentos e transformação nos estilos de vida. As rápidas mudanças sociais, económicas, culturais e ambientais introduziram adaptações de estilo de vida relevantes e contribuíram para a globalização e o aumento do uso de alimentos ultraprocessados ​​prontos para consumo. Ao mesmo tempo, o aumento do excesso de peso e da obesidade foi observado em todo o mundo.

Este problema de saúde pública atinge todas as faixas etárias e é também uma evidência em Portugal, onde a prevalência de excesso de peso e obesidade está a aumentar e atingiu 53% da população adulta em 2014. Foi colocada a hipótese de que a ingestão de alimentos ultraprocessados ​​compromete o aspecto nutricional, a qualidade da dieta e aumenta o risco de obesidade, tendo sido demonstrada em alguns países, mas ainda precisa de ser testada na maioria dos países.

Este projeto visa estudar os padrões de consumo de alimentos ultraprocessados ​​em Portugal, os seus determinantes sociodemográficos e a sua influência no perfil nutricional da dieta alimentar e na obesidade. Além disso, permitirá a incorporação de Portugal num programa internacional de investigação envolvendo Austrália, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Reino Unido e EUA. Este programa internacional é coordenado por um centro de investigação brasileiro (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo – NUPENS / USP) e conta com equipas de investigação locais em cada um dos sete países. O projeto em Portugal envolverá a análise de dados de ingestão alimentar (diários alimentares) e medições de peso e altura recolhidas pelo mais recente inquérito alimentar nacional, o IAN-AF 2015-2016 (n = 5819, a partir de 3 meses a 84 anos). A metodologia envolverá, primeiro, a organização de dados e a harmonização de variáveis ​​sociodemográficas, antropométricas e dietéticas. Os alimentos serão então classificados de acordo com o grau de processamento por meio da classificação da NOVA para os alimentos desenvolvida no NUPENS / USP, onde alimentos ultraprocessados ​​se referem a formulações industriais feitas de substâncias extraídas de alimentos ou sintetizadas de substratos de alimentos ou outras fontes orgânicas, com nenhum ou pouco alimento inteiro. Tal classificação é cada vez mais utilizada na literatura científica internacional, bem como no desenvolvimento de diretrizes alimentares nacionais e propostas de políticas reguladoras. Em Portugal, e nos oito países em conjunto, serão estudadas associações transversais entre consumo de alimentos ultraprocessados, perfil nutricional da dieta e obesidade, com controlo de potenciais fatores confundidores.

Equipa de investigação