STEPACHE - Raízes pediátricas da resposta ampliada à dor: das influências contextuais à estratificação do risco

Raquel Lucas

Investigador responsável

Investigador Doutorado Integrado

Tipo de projeto:

Nacional

Referência:

PTDC/SAU-EPI/29087/2017 (POCI-01-0145-FEDER-029087)

Instituição proponente:

ISPUP

Fontes de financiamento:

P2020|COMPETE – Projetos em Todos os Domínios Científicos - FCT

Data de aprovação:

24/04/2018

Data de início:

16/07/2018

Data (prevista) de conclusão:

15/04/2022

Orçamento total:

238.183,30 €

Linha de investigação:

L1- Investigação do curso de vida e envelhecimento saudável

Laboratório de investigação:

Saúde e doença musculoesquelética numa perspetiva populacional

Resumo:

A descoberta da sensibilização central, um processo plástico de sensibilidade aumentada à dor que produz um fenótipo de dor ampliada, mudou radicalmente a compreensão da dor crónica. Atualmente persistem grandes desafios, tais como os da quantificação e da predição da dor ampliada em populações humanas. O papel da exposição à adversidade como determinante da resposta à dor também não é claro. Usando dados prospetivos de uma coorte de nascimentos, propomos:

  1. Caracterizar o fenótipo de dor ampliada na adolescência, usando testes sensoriais quantitativos da perceção térmica e mecânica e extraindo as suas dimensões sumárias;
  2. Testar a hipótese da adversidade psicossocial como determinante da experiência da dor: a. Quantificando a associação entre exposições psicossociais adversas e dor ampliada; b. Avaliando a relação entre as trajetórias de marcadores inflamatórios e a resposta à dor experimental; c. Realizando uma análise formal da inflamação sistémica como mediador do efeito da adversidade psicossocial na resposta à dor.
  3. Desenvolver uma ferramenta de estratificação do risco de dor ampliada, através: a. Da identificação de trajetórias de sintomas dolorosos entre os 7 e os 13 anos (topografia, duração, intensidade e causas); b. Da construção de um modelo dessas trajetórias para a predição da dor ampliada e da quantificação da sua acuidade na estratificação do risco.

Serão usados dados colhidos no âmbito da coorte Geração XXI, que inclui crianças seguidas desde o nascimento e reavaliadas aos 4, 7 e 10 anos. O presente projeto propõe a introdução de um módulo novo sobre a dor experimental aos 13 anos, medida numa subamostra de 3000 crianças usando testes sensoriais quantitativos, uma bateria de testes térmicos e mecânicos que caracterizam a hipersensibilidade à dor. Também será avaliada a história de sintomas dolorosos usando o Luebeck Pain-Screening Questionnaire, que avalia características como a topografia, a frequência, a duração, a intensidade e as causas das queixas.

A exposição à adversidade psicossocial será avaliada através de dados recolhidos desde o nascimento até aos 13 anos relativamente à privação de recursos (posição socioeconómica familiar), à história de perturbações orgânicas (doença crónica ou lesão aguda) e ao stress relacional (eventos adversos e exposição a violência familiar ou entre pares). A resposta biológica à adversidade será testada usando perfis de marcadores inflamatórios do nascimento aos 13 anos em 350 participantes (proteína C-reactiva de elevada sensibilidade, IL-1ra, IL-6, IL-8, IL-12p70 and IL-17). A análise estatística incluirá modelos lineares generalizados, análise de perfis/transições latentes, e análise de performance preditiva.

O projeto é crucial para caracterizar a resposta à dor em crianças e para estratificar o risco de dor ampliada. Permitirá ainda testar a hipótese inovadora do papel da adversidade psicossocial e da inflamação como determinantes da dor ampliada desde a infância.

 

Financiamento aprovado pelo Programa Operacional Competitividade e Internacionalização na sua componente FEDER, pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, I.P.

Equipa de investigação