Hoje, 25 de julho, assinala-se o Dia Mundial da Prevenção de Afogamentos, declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Um estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) – Trends in drowning mortality in Portugal from 1992 to 2019: comparing Global Burden of Disease and national data – publicado em 2021, analisou, pela primeira vez, as tendências de mortes por afogamento, em Portugal, entre os anos de 1992 e 2019, tendo por base os dados nacionais de mortalidade do Instituto Nacional de Estatística (INE) e as estimativas modeladas do “Global Burden of Disease” (GBD), um estudo internacional que faculta informações sobre as doenças com maior incidência a nível mundial.
Ao longo dos 27 anos estudados, registaram-se 6.057 mortes por afogamento, tendo sido os adultos maiores de 35 anos e jovens entre 15 e 19 anos os que mais morreram por afogamento, em Portugal. Globalmente, foi nos homens que se verificou a maior incidência (69% das mortes) e registou-se também um número considerável de mortes em pessoas com 65 ou mais anos de idade (38%).
O afogamento é a terceira principal causa de morte por lesão não intencional em todo o mundo, estimando-se que tenha causado mais de 236 mil mortes, em 2019. Além disso, os afogamentos não fatais (que não resultam em morte) provocam, frequentemente, sequelas para toda a vida e estão associados a um elevado impacto social e económico.
O afogamento pode acontecer em qualquer lugar onde haja água, mesmo com nadadores experientes. Além das praias e das piscinas, também banheiras e baldes grandes, por exemplo, podem representar um risco para nadadores de todos os níveis, recomendando-se ter especial atenção às crianças e à população idosa.
A investigadora do ISPUP, atual Coordenadora Regional dos Dados de Afogamento na WHOEurope e autora do estudo acima mencionado, Ana Catarina Queiroga, partilha, por isso, algumas dicas para usufruirmos da água em segurança:
Dica n.º 1
Aprenda a nadar! Nunca é tarde demais para aprender habilidades básicas de natação e segurança na água; e há muitas aulas de natação para adultos disponíveis nas piscinas municipais e ginásios.
Dica n.º 2
Nade com um amigo! Nunca nade sozinho, independentemente da sua idade ou nível de competências de natação. Prefira zonas vigiadas por nadadores-salvadores.
Dica n.º 3
Evite o consumo de álcool antes de nadar ou navegar, já que este prejudica o julgamento, o equilíbrio e a coordenação.
Dica n.º 4
Use um colete salva-vidas. Os coletes salva-vidas reduzem o risco de afogamento para pessoas de todas as idades e habilidades de natação, especialmente enquanto navegam ou praticam desportos em águas abertas.
Dica n.º 5
Brinquedos insufláveis ou de espuma não são dispositivos de segurança. Quando em águas abertas, mantenha consigo um dispositivo de flutuação certificado e adequado à atividade aquática a desempenhar, como colete salva-vidas, e saiba a maneira correta de usá-lo.
Dica n.º 6
Nunca mergulhe na água se não souber a profundidade dela! O fundo pode não estar tão longe como pensa. Entre devagar.
Dica n.º 7
Não participe e desencoraje brincadeiras violentas ou de suster a respiração por muito tempo em qualquer ambiente aquático.
Dica n.º 8
Fique atento a ondas perigosas e sinais de correntes de retorno. Aprenda a identificar e a evitá-las. Se for apanhado por uma corrente de retorno, nade tranquila e paralelamente à costa.
Dica n.º 9
Aprenda a fazer Reanimação Cardiopulmonar – isso equipá-lo-á com uma competência vital em caso de emergência.
Certifique-se que conhece e adota estes conselhos de prevenção de afogamento para se proteger a si e aos outros.