A cidade do Porto vai acolher, de 5 a 8 de setembro, a edição de 2023 do mais importante evento científico da Epidemiologia ibérica, o Congresso Português e Espanhol de Epidemiologia.
Dando continuidade a uma iniciativa organizada pela primeira vez na edição de 2022, em San Sebastián (Espanha), este ano, o congresso volta a contemplar uma sessão de debate aberta a todos os cidadãos, que terá lugar no dia 5 de setembro, às 17h00, no Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Porto.
Intitulada “Aproximar as pessoas da Saúde: Ciência cidadã e epidemiologia para informar as decisões locais”, a sessão juntará, na mesa de discussão, um painel de convidados ligados à saúde, ao poder autárquico e à sociedade civil – nomeadamente Catarina Araújo, Vereadora da CM Porto, Emília Santos, Vereadora da CM Maia, Ricardo Mexia, Presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, José Ramón Repullo, Professor no Instituto de Salud Carlos III, Eduarda Neves, representante da APRe!, Marco Santos, Presidente FNAJ e José Cavalheiro, Professor aposentado da FEUP – que será moderada por Henrique Barros, Presidente da Direção do ISPUP.
“A promoção da saúde e a proteção da saúde exigem ainda mais do que é esperado da prestação dos cuidados à doença – exigem uma maior aproximação das pessoas às decisões e das decisões às pessoas, garantindo uma apropriação efetiva das escolhas ajudando a consolidar mudanças comportamentais que promovam saúde e uma gestão participada e atenta de tudo que indiretamente influencia a saúde (o trabalho, a escola, a mobilidade, o ambiente, a agricultura…)”, sublinha Henrique Barros.
A discussão centrar-se-á nas vantagens e desvantagens de transferir competências e decisões em saúde de um nível central para um nível local, em como deverá ser garantido um papel ativo dos cidadãos na implementação dessas transferências e na reinvenção de soluções equitativas e inovadoras (indo muito além de estruturas como os já previstos conselhos da comunidade). Dos cidadãos espera-se a capacidade de influenciar e conciliar as decisões técnicas com as escolhas políticas, estando os cidadãos não só no centro das preocupações, mas no processo central das decisões.
“Se a Ciência das populações tem uma dimensão global, a arte de a aplicar –a Saúde Pública – necessita de conhecimento e adaptações às necessidades locais, ou seja, tem uma dimensão de decisão regional/municipal para a qual é indispensável o equivalente nível de evidência. E isso é um contributo que a epidemiologia pode garantir!”, acrescenta Henrique Barros.
A sessão de debate é aberta à comunidade pelo que a entrada é livre até que seja atingida a lotação do Salão Nobre da Reitoria da U. Porto.
O Congresso Português e Espanhol de Epidemiologia contará com a apresentação de mais de 1000 comunicações científicas. O complexo do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e da Faculdade de Farmácia (ICBAS/FFUP) será o palco deste encontro científico, com a organização local a cargo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), em associação com os promotores Associação Portuguesa de Epidemiologia (APE) e Sociedade Espanhola de Epidemiologia (SEE) e com o apoio da Câmara Municipal do Porto, da Universidade do Porto, do Turismo de Portugal e da Fundação Oriente.