Foi publicada esta quarta-feira, 26 de junho, pela Direção-Geral da Saúde (DGS), a Norma 003/2024 que permitirá a implementação, por parte dos profissionais de saúde, de estratégias de diagnóstico e tratamento otimizadas, baseadas no conhecimento científico mais atual, para todas as pessoas com suspeita ou diagnóstico confirmado de Alergia ao Leite de Vaca (ALV).
O documento – Abordagem Diagnóstica e de Tratamento à Pessoa com Alergia ao Leite de Vaca – destaca-se por ser a primeira norma publicada pela DGS direcionada ao tratamento da doença alérgica alimentar e por ter sido desenvolvida por uma equipa multidisciplinar – que incluiu enfermeiros, médicos imunoalergologistas, pediatras, gastroenterologistas pediátricos, de medicina geral e familiar, nutricionistas, metodólogos e reguladores – que trabalhou, durante cerca de um ano, sob a coordenação científica o investigador do ISPUP e médico imunoalergologista, André Moreira e do qual fizeram parte também os investigadores Inês Pádua, Renata Barros e Tiago Rama.
A prevalência de alergia ao leite de vaca na população portuguesa situa-se em 2%, sendo maior nas faixas etárias mais jovens. Esta condição está associada a um incremento nos custos de saúde de cerca de 1600€ por ano e por pessoa, além de ser uma fonte significativa de ansiedade para o doente e para os seus cuidadores. Além disso, no caso particular das crianças, a evicção do leite de vaca sem o devido acompanhamento médico pode afetar negativamente o equilíbrio nutricional da criança. De acordo com André Moreira, esse impacto pode ser minimizado com a implementação de estratégias diagnósticas e terapêuticas, baseadas em recomendações atualizadas de boas práticas e na evolução do conhecimento científico.
“A publicação desta nova norma é um marco essencial para as pessoas com alergia ao leite e para os seus cuidadores, ao estabelecer diretrizes claras e atualizadas de diagnóstico e tratamento. Esta norma representa um avanço significativo, garantindo uma abordagem mais eficaz e segura, melhorando a qualidade de vida e reduzindo os riscos associados a esta condição”, conclui o investigador do ISPUP.