Todos os anos, milhares de bebés nascem muito prematuramente (VPT – muito pré-termo), ou seja, antes das 32 semanas de gestação, enfrentando desafios de saúde únicos que podem perdurar por toda a vida. Um novo projeto de investigação, o IMPROVE PRETERM, está a reunir especialistas e famílias de 13 países para desenvolver soluções inovadoras que garantam que estas crianças não apenas sobrevivem, mas prosperam.
O projeto IMPROVE PRETERM, que conta com a participação do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) como parceiro, pretende melhorar os cuidados prestados a bebés muito pré-termo e às suas famílias, através da criação de ferramentas e estratégias baseadas em evidência científica e economicamente sustentáveis. Estas iniciativas visam melhorar os resultados de saúde a longo prazo, enfrentar desafios do desenvolvimento e promover a qualidade de vida destas crianças e respetivas famílias.
Os nascimentos muito prematuros representam um desafio significativo para a saúde pública, estando associados a um risco aumentado de problemas de saúde a longo prazo, como atrasos no desenvolvimento, paralisia cerebral, doenças respiratórias e perturbações psiquiátricas. Apesar dos avanços nos cuidados neonatais terem melhorado as taxas de sobrevivência, existe uma necessidade urgente de práticas clínicas consistentes e baseadas em evidência, que assegurem os melhores resultados ao longo da vida destas crianças. Além disso, as famílias continuam a enfrentar incertezas sobre como apoiar o desenvolvimento dos seus filhos à medida que crescem. Os profissionais de saúde necessitam de melhores ferramentas e dados científicos para tomar decisões informadas, e as famílias precisam de recursos fiáveis e acessíveis.
Nos próximos quatro anos, o IMPROVE PRETERM irá enfrentar alguns dos maiores desafios associados aos cuidados de bebés muito pré-termo:
– Melhores Tratamentos: O projeto vai estudar tratamentos como os corticosteroides, para compreender como utilizá-los de forma segura e eficaz em bebés prematuros, tanto para garantir a sobrevivência imediata como a saúde a longo prazo.
– Melhor Acompanhamento: O IMPROVE PRETERM irá avaliar programas de seguimento do desenvolvimento infantil, permitindo detetar e intervir precocemente em potenciais problemas, ao mesmo tempo que apoia as famílias.
– Estratégias de Vacinação Mais Inteligentes: A equipa de investigação vai analisar novas vacinas e imunizações que possam prevenir infeções respiratórias graves, uma das principais preocupações em bebés VPT.
O IMPROVE PRETERM não se centra apenas em investigadores e médicos — as famílias são parte essencial do projeto. Pais, profissionais de saúde e decisores políticos trabalham lado a lado para garantir que as soluções desenvolvidas são práticas, acessíveis e com impacto real.
Jennifer Zeitlin, epidemiologista perinatal, investigadora sénior no Inserm e coordenadora do projeto, explicou: “O IMPROVE PRETERM é um projeto baseado na colaboração. Ao ouvirmos as famílias e combinarmos as suas perspetivas com investigação de ponta, conseguimos criar ferramentas e estratégias de cuidados que fazem verdadeiramente a diferença.”
Para muitas famílias, ter um bebé muito prematuro pode ser uma experiência avassaladora. Silke Mader, presidente da GFCNI e parceira colaboradora do projeto, cujos filhos nasceram às 25 semanas de gestação, partilhou:
“Quando os nossos gémeos nasceram tão cedo, não sabíamos o que esperar nem como enfrentar os desafios que nos esperavam. Acolho com entusiasmo um projeto como o IMPROVE PRETERM, que pretende oferecer às famílias como a minha as ferramentas e o conhecimento necessários para apoiar os nossos filhos ao longo do seu crescimento.”
O IMPROVE PRETERM está também a desenvolver ferramentas inovadoras, tais como:
– Um questionário acessível para os pais, que ajuda as famílias a acompanhar o desenvolvimento cognitivo dos seus filhos entre os 5 e os 7 anos de idade.
– Uma plataforma de dados segura, que facilita o estudo de resultados em contexto real por parte dos investigadores, garantindo a proteção da privacidade.
O projeto está comprometido com a ciência aberta, o que significa que todas as descobertas, ferramentas e recursos serão disponibilizados gratuitamente, para contribuir para a melhoria dos cuidados em todo o mundo.
O projeto de investigação IMPROVE PRETERM recebeu financiamento do programa de Investigação e Inovação Horizon Europe da União Europeia, ao abrigo do contrato de subvenção n.º 101156325.
O IMPROVE PRETERM é financiado pelo Programa Horizonte Europa e envolve uma equipa diversificada de profissionais de saúde, investigadores e famílias de vários países europeus. O seu objetivo é disponibilizar melhores ferramentas e evidência científica a famílias, clínicos e decisores políticos, para que todas as crianças muito pré-termo tenham o melhor começo de vida possível.
Para mais informações sobre o IMPROVE PRETERM, consulte o site do projeto.
