A saúde oral está intimamente associada à saúde geral e ambas partilham fatores de risco em comum.
A saúde oral deficiente é especialmente significativa entre os grupos socioeconómicos desfavorecidos. Constata-se que as populações com condições socioeconómicas mais adversas apresentam um risco acrescido de cárie dentária, defeitos de desenvolvimento do esmalte, doença periodontal e perda dentária precoce, entre outras condições orais, que podem conduzir a uma pior qualidade de vida e bem-estar.
Da mesma forma, a posição socioeconómica do indivíduo, ao longo das diferentes fases do seu percurso de vida, pode condicionar tanto a sua saúde geral, como a oral.
A deterioração da saúde oral parece resultar da exposição cumulativa a condições desprivilegiadas ao longo da vida. Assim, é fundamental identificar pontos-alvo ao longo da vida do indivíduo onde seja apropriado uma abordagem preventiva, ou outro tipo de intervenções, que conduzam a melhores resultados do que os observados.
O laboratório Percurso de Vida e Saúde Oral visa compreender como os determinantes sociais, nas diferentes fases do percurso de vida, influenciam os resultados em saúde oral. Simultaneamente, pretende explorar de que forma o estado de saúde oral pode ser utilizado como indicador de exposições adversas à saúde no início da vida.
As intervenções de saúde pública para promover a saúde oral devem privilegiar intervenções precoces para assegurar que as crianças e as famílias tenham o melhor início de vida possível através da criação de um ambiente social favorável à promoção da saúde, conducente a uma boa saúde oral e a uma maior equidade.
As intervenções na primeira infância devem incluir uma série de estratégias complementares, incluindo políticas públicas saudáveis, criação de ambientes de apoio, reforço da ação comunitária, desenvolvimento de competências pessoais e garantia de apoio social e dos profissionais de saúde.
