O Congresso da Associação Portuguesa de Epidemiologia (APE) e a Reunião da Sociedade Espanhola de Epidemiologia (SEE) reúnem, anualmente, o melhor que se faz na epidemiologia em Portugal e Espanha.
A Universidade do Porto vai acolher, de 5 a 8 de setembro, a edição de 2023 do mais importante evento científico da Epidemiologia ibérica, um congresso que contará com a participação de 800 especialistas e a apresentação de mais de 1000 comunicações. O complexo do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e da Faculdade de Farmácia (ICBAS / FFUP) será o palco do congresso, com a organização local a cargo do do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), em associação com os promotores Associação Portuguesa de Epidemiologia (APE) e Sociedade Espanhola de Epidemiologia (SEE).
Sob mote “Epidemiologia para construir o futuro”, este ano debater-se-á o futuro da profissão epidemiológica, ouvindo com especial atenção a análise dos jovens epidemiologistas. Discutir-se-ão as ferramentas que a epidemiologia tem ao seu dispor e o seu contributo para o desenho de políticas públicas de saúde, bem como para a descentralização das decisões em saúde. Este é um encontro em que se pretende lançar as bases para a construção da epidemiologia do futuro, em Portugal e em Espanha, evitando assim que novas ameaças à saúde pública – como foi o caso da COVID-19 – voltem a “apanhar-nos de surpresa”.
“Enfrentamos tempos de grandes mudanças sociais que implicam também novos desafios para a saúde pública, como as alterações climáticas, as pandemias ou a saúde mental, que nos obrigam a refletir sobre que ferramentas científicas queremos utilizar para as enfrentar.”, explica o Comité Científico do congresso.
A agenda do congresso coloca ainda em destaque outras temáticas atuais, nomeadamente, os desafios que envolvem a má conduta científica e a sua prevenção. Haverá espaço para falar também de alterações climáticas, ecoansiedade, vulnerabilidade social e saúde e género. Da mesma forma, foram programados espaços para debater o acompanhamento e o rastreio do cancro, a saúde urbana, a COVID-19 e suas sequelas, o VIH/sida, a saúde mental, a saúde materno-infantil, entre outros.
Dando continuidade a uma iniciativa organizada pela primeira vez na edição passada, em San Sebastián (Espanha), a edição deste ano volta a contemplar uma sessão de debate aberta a todos os cidadãos, que decorrerá no dia 5 de setembro, às 17h00, no Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Porto.
Esta mesa redonda juntará convidados ligados à saúde, aos órgãos de decisão e às associações locais e será moderada por Henrique Barros, médico e Presidente da Direção do ISPUP. A discussão centrar-se-á em como aproximar as pessoas das decisões e as decisões das pessoas na saúde e procurará explorar como o conhecimento epidemiológico pode e deve orientar as decisões políticas e guiar a implementação desta “ciência cidadã”. O programa completo da sessão pode ser consultado aqui.
“A epidemiologia é uma disciplina científica que tem de estar ao serviço dos principais desafios que enfrentamos na saúde pública. Esses desafios exigirão abordagens mais complexas e colaboração entre diferentes grupos e cidadãos. O nosso objetivo maior será sempre alcançar uma sociedade mais equitativa e mais saudável”, conclui o Comité Científico.
O XVIII Congresso da APE e a XLI Reunião Anual da SEE contam com o apoio da Câmara Municipal do Porto, da Universidade do Porto, do Turismo de Portugal e da Fundação Oriente.