Hoje, dia 7 de abril, celebra-se o Dia Mundial da Saúde.
Este ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) sublinha a importância de se agir com urgência para manter os seres humanos e o planeta saudáveis.
O Dia Mundial da Saúde de 2022 centra-se no impacto da ligação entre a saúde do planeta e a dos seres humanos. A OMS estima que, todos os anos, mais de 13 milhões de mortes ocorrem em todo o mundo devido a causas ambientais evitáveis, dando destaque às alterações climáticas.
A investigação científica é essencial para encontrar soluções que permitam desencadear as mudanças necessárias para que todos possamos viver num mundo mais limpo, mais seguro e mais saudável. Ao longo dos anos, o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) tem, de inúmeras formas, contribuído para a produção de conhecimento na área da saúde ambiental.
Apresentamos alguns dos artigos publicados:
Neste estudo, os autores avaliaram se existia uma relação entre a proximidade a espaços verdes e azuis (mar e rios) com o desempenho cognitivo das crianças aos 10 anos de idade. Foram auscultadas 3827 crianças portuguesas, residentes na Área Metropolitana do Porto, e participantes na coorte do ISPUP, Geração XXI.
Este estudo avaliou se as crianças que sempre viveram em zonas com maior quantidade de vegetação ou perto de rios ou mar apresentavam, aos 10 anos, menos sensibilidade alérgica – desfecho este fortemente associado com desenvolvimento de doenças alérgicas e respiratórias. A investigação envolveu 730 crianças portuguesas, residentes na Área Metropolitana do Porto, e participantes na coorte do ISPUP, Geração XXI.
The neighbourhood natural environment is associated with asthma in children: a birth cohort study
Neste estudo, os investigadores do ISPUP procuraram avaliar qual a o efeito da exposição precoce a espaços verdes e à riqueza de espécies em habitats urbanos no desenvolvimento de doenças alérgicas e asma nas crianças. Foi usada uma amostra de 1050 crianças do Município do Porto, pertencentes ao estudo longitudinal Geração XXI.
Esta investigação procurou averiguar se o contacto com espaços naturais foi um fator importante para a saúde mental dos cidadãos portugueses e espanhóis, durante o primeiro confinamento, motivado pela pandemia de COVID-19. Para levarem a cabo o estudo, os investigadores passaram um inquérito online a mais de 3 mil indivíduos (1638 portugueses e 1519 espanhóis).
Neste estudo, os investigadores analisaram o impacto da exposição a áreas verdes em oito marcadores biológicos de desregulação fisiológica de cerca de 3100 crianças, com 7 anos de idade, pertencentes ao estudo longitudinal Geração XXI.
Neste artigo, pretendeu-se averiguar se os espaços verdes do município do Porto estavam distribuídos de forma equitativa pela cidade. Para isso, os autores fizeram um levantamento dos espaços verdes públicos e de acesso livre existentes no município e avaliaram a qualidade dessas áreas.
Effects of Indoor Endocrine-Disrupting Chemicals on Childhood Rhinitis
Este artigo estudou o impacto da exposição a disruptores endócrinos na saúde respiratória das crianças, avaliando especificamente o efeito da exposição a estes químicos no desenvolvimento de rinite alérgica, um dos fatores de risco para a ocorrência de asma. A investigação avaliou 845 crianças de 20 escolas na cidade do Porto, que frequentavam o 3º e o 4º anos de escolaridade, através de um questionário autoadministrado e de uma avaliação clínica e física realizada pelos investigadores.
The burden of heat-related mortality attributable to recent human-induced climate change
Neste estudo internacional, os investigadores utilizaram dados empíricos de 732 cidades em 43 países para estimar o impacto da exposição adicional ao calor resultante das alterações climáticas provocadas pelo Homem na mortalidade, durante o período entre 1991 e 2018. O objetivo da investigação era averiguar se as mortes relacionadas com o calor durante a estação quente poderiam ser atribuídas às alterações climáticas antropogénicas.
Neste estudo, realizado aquando da forte época de incêndios florestais de 2017, agravados pela passagem da tempestade Ophelia em Portugal, os investigadores do ISPUP estudaram a trajetória da matéria particulada, resultante dos incêndios, no sentido de averiguar se atingiu países mais distantes. Procuraram também perceber se a mortalidade da população portuguesa tinha sofrido uma variação, ao longo do mês de outubro, devido às partículas que resultaram dos incêndios florestais e das poeiras do deserto do Saara.
Este estudo, realizado no âmbito do projeto internacional NeoGene: Impacto da exposição transplacentária ao fumo do tabaco no ADN do recém-nascido. Avaliação de dano genético e alterações epigenéticas, avaliou os níveis de partículas ultrafinas, PM2.5 e PM10, no ar interior e na envolvente exterior de 65 habitações da Área Metropolitana do Porto, nos anos de 2018 e 2019, identificando as características dos edifícios e as principais fontes de poluição.
Nesta investigação foi simulada a deposição de partículas ultrafinas, PM2.5 e PM10, nos pulmões de mulheres e recém-nascidos que moravam em casas da Área Metropolitana do Porto.
Neste artigo, os autores estudaram se o tipo de árvores existentes ao redor das escolas afetava a inflamação das vias aéreas das crianças, a qual está associada a sintomas como dificuldade em respirar, tosse seca e pieira.