Cinco factos sobre os Sistemas de Informação Geográfica

Hoje, dia 20 de novembro de 2024, assinala-se o Dia dos Sistemas de Informação Geográfica (SIG). Para comemorar a data, deixamos-lhe cinco curiosdades sobre esta importante ferramenta, ao serviço da Saúde Pública:

1. Os SIG foram inventados no início da década de 1960 no Canadá para facilitar a gestão dos recursos naturais e dos usos do solo a nível governamental. Roger Tomlinson é considerado o criador da então nova tecnologia. Nas décadas seguintes, os SIG consolidaram-se como ferramenta de prospeção e análise em áreas que vão desde a geografia à saúde pública.

2. Os SIG beneficiaram do início da série de satélites Landsat, nos anos 1970, que geraram um manancial de dados sem precedentes acerca da superfície terrestre. A década de 1980 marcou a comercialização da tecnologia com o lançamento de vários softwares comerciais, tais como o ArcGIS da companhia ESRI (Environmental Systems Research Institute, Inc.).

3. Na década de 1990 é fundado o Open Geospatial Consortium para promover a padronização e a interoperabilidade de dados, softwares e plataformas. O século XXI marcou de novo uma verdadeira revolução com o aparecimento de SIG de código aberto, como o QGIS, a integração de Big Data, Computação em Nuvem e SIG Móvel.Os SIG atuais também já dispõem de ferramentais de Inteligência Artificial para analisar grandes volumes de dados, identificar padrões espácio-temporais complexos e gerar previsões em tempo real.

4. Um dos primeiros exemplos do uso de SIG na saúde pública remonta a 1854. John Snow um médico inglês, considerado o pai da epidemiologia moderna, usou um mapa para localizar casos de cólera e identificou um aglomerado ao redor de uma fonte de água. Demonstrou, assim, que a doença se transmitia através de água contaminada e não pelo ar, como se pensava.

5. Com os SIG, é possível mapear os padrões geográficos da saúde e da doença, investigar assimetrias espaciais, estudar as interações entre o ser humano e o meio ambiente, e identificar fatores de risco ambiental. O resultado? Um planeamento mais eficiente, maior equidade e intervenções de precisão nas comunidades.

No ISPUP, o Laboratório Saúde e Território investiga como os fatores ambientais e sociais afetam a saúde ao longo de toda a vida, desde a infância até à velhice. Para isso, os investigadores utilizam diariamente os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) para georreferenciar dados de saúde (provenientes das coortes do ISPUP e de outras fontes) e para analisar as características dos territórios a múltiplas escalas de análise.

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