Foi criada em 2015, pelos três principais hospitais centrais de Moçambique (Maputo, Beira e Nampula) em colaboração com o ISPUP, para ajudar a colmatar a falta de informação sobre a distribuição dos subtipos de cancro da mama, tratamentos disponíveis e números relativos à sobrevivência da doença no país.
262 mulheres moçambicanas, diagnosticadas com cancro da mama entre 2015 e 2017, têm sido seguidas desde então pela equipa do estudo.
Alguns dos resultados já publicados mostram, por exemplo, que quase um quarto das mulheres tem cancro da mama triplo negativo (o mais agressivo e letal), muitas são diagnosticadas num estádio avançado da doença e, três anos após o diagnóstico, metade das doentes já faleceu.
No âmbito da coorte, criou-se, pela primeira vez em Moçambique, uma consulta de grupo multidisciplinar para o cancro da mama, a qual tem tido um impacto bastante benéfico na sobrevivência destas mulheres.
Foi também recolhida informação sobre o cancro da mama e a infeção por VIH nas mulheres moçambicanas. Estes dados, combinados com outros estudos africanos e norte-americanos, demonstraram que as mulheres com VIH são diagnosticadas com cancro da mama num estádio mais avançado da doença e que a sua sobrevivência é inferior à das mulheres sem VIH, também diagnosticadas com a patologia.
Com a MOZA-BC tem sido possível investigar qual o papel de diferentes fatores de risco no desenvolvimento de cada subtipo de cancro da mama em mulheres africanas.
Os dados colhidos têm ajudado a responder a importantes questões científicas e estão na base da publicação de artigos científicos em revistas internacionais.