O Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), em parceria com o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) e clínicos do Centro Hospitalar Universitário de São João vão estudar a evolução do novo coronavírus, no âmbito de um projeto desenvolvido, através da linha de financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) ‘RESEARCH 4 COVID-19’.
O projeto, liderado pelo I3S, e no qual o ISPUP é um dos parceiros, pretende estudar a evolução do SARS-CoV-2, nomeadamente as cadeias de transmissão e as mutações. Para tal, a equipa vai sequenciar o genoma do vírus com base em amostras de 240 doentes infetados da região Norte.
«Como o Norte começou por ser a primeira região infetada no país, no início foi fácil seguir as cadeias de transmissão. Depois a transmissão começou a ser comunitária e isso tornou-se impossível», explica Verónica Fernandes, investigadora do I3S que lidera o projeto. O caminho agora, adianta, é «juntar a informação molecular do genoma do vírus aos dados epidemiológicos e clínicos dos infetados para percebermos de que modo é que ele foi transmitido ao longo do tempo, entre as várias pessoas, bem como os diferentes ciclos da cadeia e quantas mutações é que ele foi acumulando».
Ao mesmo tempo, a equipa vai também comparar os dados com genomas de todo o mundo que vão ficando disponíveis. Esta junção de dados permitirá “perceber qual a estirpe do vírus que está em transmissão na região Norte do país, o que pode ser importante numa futura vacina. A equipa de investigadores vai também estudar a «taxa de mutação do vírus», conforme explica Verónica Fernandes: «Se a mutação for de evolução muito rápida é necessária uma vacina todos os anos, como a da gripe sazonal, se for de mutação mais lenta, a vacina poderá ser, por exemplo, de 10 em 10 anos, como é a do Tétano».
Imagem: Pixabay/geralt