A atividade física é um meio efetivo para proteger a saúde cardiovascular. Nunca é tarde de mais para se começar, e a prática de qualquer atividade é melhor do que ser inativo.
Estas são as principais conclusões do mais recente relatório da “European Heart Network” – uma aliança de fundações e associações europeias dedicadas ao combate das doenças cardiovasculares e à promoção de estilos de vida saudáveis – que contou com a colaboração de Romeu Mendes, investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), atualmente ao serviço da Organização Mundial da Saúde.
O relatório reúne evidência científica sobre a efetividade da atividade física na prevenção e tratamento das doenças cérebro-cardiovasculares e emite recomendações para os decisores em políticas públicas, dando exemplos de boas práticas.
“Sabemos que a inatividade física aumenta o risco de doença cardiovascular em mais de 20% e que estas são responsáveis por cerca de 45% de todas as mortes a nível europeu. Estamos a falar em algo como 3,9 milhões de mortes na Europa todos os anos. Ainda assim, no continente europeu, estima-se que cerca de 25% das mulheres e 22% dos homens sejam fisicamente inativos”, diz o investigador do ISPUP, que também pertence à equipa do Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física da Direção-Geral de Saúde.
O relatório sublinha que a prática de atividade física é benéfica quer para as pessoas saudáveis, quer para os indivíduos que vivem com doenças cardiovasculares, e aponta a dose recomendada: pelo menos 150 minutos por semana de atividade física de intensidade moderada.
O documento destaca igualmente o fosso existente entre a evidência científica atual, que demonstra os benefícios da prática de atividade física para o controlo das doenças cardiovasculares, e a implementação de políticas públicas nesse sentido. “O relatório é especialmente dirigido aos decisores que influenciam as políticas públicas a nível europeu e a nível nacional e que, através da adoção de medidas concretas, podem promover a atividade física na população”, refere Romeu Mendes.
Os autores do documento sublinham ainda a importância da atividade física na reabilitação cardíaca, destacando a necessidade do aumento da oferta de programas de reabilitação flexíveis e adaptados ao contexto e necessidades dos doentes.
O relatório, intitulado Physical Activity Policies for Cardiovascular Health, encontra-se disponível para consulta.
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