Instituto Politécnico de Lisboa
Houve em Portugal, nos últimos anos, um incremento na uniformização dos procedimentos de avaliação das exposição ocupacionais, no entanto, estes procedimentos não foram ainda adaptados às unidades de cuidados de saúde e aos riscos que estas apresentam para a saúde dos seus trabalhadores, nomeadamente pela grande densidade de ocupação nestes locais. Deste modo, e de forma a melhorar a saúde pública e reduzir os custos em saúde, os Institutos Politécnicos de Lisboa e Setúbal e a Universidade do Porto, em estreita colaboração com as unidades de saúde pública, nomeadamente o Centro Hospitalar de S. João no Porto (CHSJ) e os centros de saúde da ARS Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), desenvolvem o projeto ExPOSE com o objetivo de avaliar a exposição dos trabalhadores ao microbiota em unidades de cuidados de saúde, tendo como finalidade o desenvolvimento de protocolos e normas para a redução da exposição a agentes microbiológicos e consequente incidência de doenças profissionais, de acordo com o domínio prioritário da Investigação do RIS3 da NUTS II Lisboa e o domínio emergente das Ciências da Vida e Saúde do RIS3 da NUTS II Norte.
No presente estudo, a exposição ao microbiota será avaliada em duas intervenções distintas: a) CHSJ, no Porto; e b) 10 centros de saúde da ARS de Lisboa e Vale do Tejo. Nas auditorias para diagnóstico de situação de exposição a agentes microbiológicos, será assegurada:
Serão ainda alvos do estudo 50 trabalhadores do CHSJ, 50 dos centros de saúde da ARSLVT e 50 indivíduos controlo, incluindo historial de sintomas de doença ocupacional por questionário, assim como condições de conforto medidas através da perda de água transepidérmica e pupilometria. Serão recolhidas 3 amostras por zaragatoa nasal em cada trabalhador para caracterização da prevalência do microbiota.
Os resultados da auditoria, juntamente com a avaliação clinica dos trabalhadores, ajudarão a compreender a influência da exposição ocupacional na saúde dos trabalhadores em ambientes clínicos, permitirão a identificação dos agentes microbiológicos mais relevantes e, consequentemente, o desenvolvimento de protocolos e normas direcionadas para a avaliação da exposição ao microbiota em unidades de cuidados de saúde, estabelecendo mecanismos de intervenção focados em minimizar essa exposição.