O projeto TRAPHIC pretende responder às necessidades de investigação integrada sobre o urbanismo e os transportes no que respeita aos impactos da poluição do ar nas pessoas e nos edifícios dos centros históricos das cidades. O objectivo central do projeto é o de desenvolver uma abordagem consistente para se avaliarem os efeitos da poluição causada pelo tráfego urbano na saúde humana e no ambiente construído. O resultado principal a atingir é um sistema de apoio à decisão destinado a ser utilizado pela administração local na nálise dos benefícios potenciais de medidas alternativas de mitigação dos efeitos nocivos do tráfego. O projeto focar-se-á nos centros históricos das cidades por serem áreas que, pela sua forma urbana, são especialmente propensas a problemas de poluição do ar, onde frequentemente se movimentam muitas pessoas a pé, tanto residentes como turistas, e onde geralmente se concentram os principais monumentos de uma cidade. Os efeitos prejudiciais da poluição do ar de natureza antropogénica são bem conhecidos e estão na origem da legislação europeia sobre qualidade do ar. No entanto, apesar da importância deste assunto, é escassa a investigação que se tem especificamente debruçado sobre o impacto do tráfego urbano na saúde das pessoas. Em geral, os estudos existentes não consideram a informação sobre mobilidade de forma explícita e avaliam a qualidade do ar com base num número bastante limitado de observações em locais fixos. Além disso, há que ter em conta o efeito da poluição sobre o ambiente construído. Os custos da deterioração dos materiais de construção são elevados, e a danificação de monumentos tem implicações culturais extremamente negativas. Por ambas as razões, é urgente investigar de forma integrada os efeitos da poluição do ar em centros históricos. O trabalho a levar a cabo no âmbito do projeto TRAPHIC visa caracterizar de forma mais precisa os referidos efeitos da poluição do ar recorrendo a uma sequência de modelos avançados que, em conjunto, descreverão pormenorizadamente as relações entre a fonte (tráfego) e os receptores (pessoas e edifícios), e com base nos quais seja possível antecipar com rigor o impacto de intervenções no tráfego urbano sobre a saúde das pessoas e o estado dos edifícios.
