Estudo do ISPUP quer conhecer a forma como os adolescentes descrevem a dor física na transição para a vida adulta

DDe que modo é que os adolescentes descrevem a dor física na transição para a vida adulta? Esta é a esta grande questão a que o projeto SEPIA, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), pretende responder.

O estudo, coordenado pela investigadora Raquel Lucas, responsável pelo laboratório Saúde e doença musculoesquelética numa perspetiva populacional, do Laboratório associado para a Investigação Integrativa e Translacional em Saúde Populacional (ITR), está a usar uma aplicação móvel para recolher informação de adolescentes e dos seus cuidadores sobre o modo como os primeiros sentem a dor física na transição para a idade adulta.

O objetivo final é identificar características-chave da dor física durante a adolescência que permitam prever o risco de desenvolver dor musculosquelética crónica na transição para a vida adulta.

“Pensa-se que a forma como vivemos a dor desde as primeiras décadas de vida é fundamental para desenhar as experiências de dor que sentimos ao longo de toda a vida. Por isso é que queremos conhecer as experiências dos jovens na passagem para a idade adulta”, explica Raquel Lucas.

“Saber quem são as pessoas com maior risco ajuda-nos a perceber como prevenir o aparecimento ou o agravamento da dor crónica. Em termos de saúde pública, isto é importante porque a dor crónica é a principal causa de incapacidade no mundo”, adianta.

Participar através da aplicação móvel SEPIA

Para responderem à principal questão científica do projeto, os investigadores pretendem envolver quase 4 mil jovens no estudo, com idades entre os 15 e os 17 anos.

Quem pode participar? Os adolescentes que integram a coorte do ISPUP Geração XXI e os jovens com artrite idiopática juvenil, que já são seguidos no Registo Nacional de Doentes Reumáticos (Reuma.pt).

O objetivo é recolher informação que permita comparar as experiências de dor descritas por adolescentes com dor musculoesquelética inespecífica com as de jovens com diagnóstico de artrite idiopática juvenil.

Adicionalmente, e dado que os participantes são menores de idade, a participação no estudo só é válida, se um cuidador dos adolescentes (mãe ou pai) aceitar também fazer parte da investigação.

A recolha de dados é realizada através de uma aplicação móvel, desenvolvida especificamente para o SEPIA, e disponibilizada na Google Play e na App Store, desde o dia 6 de junho de 2022.

Os jovens e os seus cuidadores são convidados a instalar a app nos seus smartphones para que, ao longo de 4 semanas, respondam a um questionário semanal focado em vários aspetos relacionados com a dor. Seis meses depois, voltarão a ser contactados para responderem a um novo questionário.

Os adolescentes da Geração XXI e os seus cuidadores estão já a ser contactados pela equipa do SEPIA por telefone ou por e-mail. Já os jovens com artrite idiopática juvenil recebem o convite para aderirem ao estudo no hospital onde são seguidos na consulta de Reumatologia.

O projeto SEPIA é financiado pela Fundação FOREUM Foundation for Research in Rheumatology. Para além do ISPUP, que coordena o estudo, participam no SEPIA a Sociedade Portuguesa de Reumatologia e o INESC TEC – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência.

Para informações detalhadas sobre o estudo e modos de participação, consulte a página do SEPIA.

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