ISPUP estabelece parceria para melhorar hábitos alimentares e prática de atividade física de crianças em zonas desfavorecidas

As investigadoras do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, Carla Lopes, Elisabete Ramos, Maria Paula Santos, Sofia Vilela e Catarina Carvalho estiveram, entre 30 de setembro e 2 de outubro, em Amesterdão, a participar no evento “B-Challenged and CONNECTION Joint event & co-creation training”, organizado pelo Stichting VUmc – University Medical Center Amsterdam, parceiro holandês do projeto CONNECTION, liderado pelo ISPUP.

Neste encontro, as investigadoras tiveram a oportunidade de discutir aspetos relevantes sobre o progresso do projeto e participar num treino intensivo sobre estratégias e metodologias de cocriação de intervenções para a promoção da atividade física e alimentação saudável em crianças e adolescentes.

No mesmo encontro, e uma vez que o programa de financiamento ERA4HEALTH fomenta a procura de sinergias e parcerias entre diferentes projetos financiados pela mesma call, foi oficialmente estabelecida uma parceria com o Projeto B-Challenged, coordenado pelo University Medical Center Amsterdam.

O CONNECTION conta com a participação de uma vasta equipa de investigadores, provenientes de universidades e centros de investigação de oito países europeus e foi um dos projetos aprovados no âmbito da call “HealthEquity 2023”, do “ERA4Health Partnership”, financiada pelo Programa Horizonte Europa, da União Europeia.

Assim, dada a semelhança nos objetivos e metodologias a aplicar nos projetos CONNECTION e B-CHALLENGED, foi proposta a preparação de um protocolo conjunto para a realização das sessões participativas de promoção de atividade física e/ou comportamentos alimentares saudáveis junto das crianças e adolescentes em sete contextos diferentes de cidades do sul, do norte e do leste da Europa.

Tal como no CONNECTION, também no B-CHALLENGED irão ser implementadas metodologias de co-criação de intervenções para responder a desafios relacionados com comportamentos alimentares e de atividade física em crianças que crescem em zonas desfavorecidas.

Sobre o Projeto CONNECTION

O Projeto CONNECTION arrancou, a 1 de maio de 2024, com o objetivo projetar, implementar e avaliar um conjunto de intervenções comunitárias – no contexto social, físico e ambiental – que promovam hábitos alimentares mais saudáveis e estimulem a prática de atividade física junto de crianças e adolescentes em circunstâncias socioeconómicas desfavorecidas, com a missão final de aumentar a equidade na saúde.

Coordenado pela investigadora responsável do ISPUP, Carla Lopes, o CONNECTION conta com uma vasta equipa de investigadores, provenientes de universidades e centros de investigação de 8 países europeus: Portugal, Bélgica, Itália, Países Baixos, Dinamarca, Lituânia, Letónia e Espanha. Esta equipa esteve, nos dias 22 e 23 de maio deste ano, reunida no ISPUP, num evento que marca o kick-off oficial do projeto e onde, entre outros temas, foram discutidas as principais etapas de desenvolvimento e as ações a executar ao longo dos próximos três anos, estando prevista a conclusão do projeto em abril de 2027.

CONNECTION vai envolver crianças e jovens na criação de “ambientes” que estimulem hábitos alimentares e de de atividade física mais saudáveis, com fim último de reduzir inequidades em saúde

Tirando partido da experiência e do envolvimento destes parceiros noutros projetos que incluíram intervenções comunitárias bem-sucedidas, o CONNECTION contemplará também cocriação de intervenções para mitigar as desigualdades alimentares entre as crianças e adolescentes que vivem em condições mais vulneráveis, replicadas em diferentes contextos europeus, a fim de identificar novas abordagens para intervir em ambientes alimentares e de atividade física, promovendo simultaneamente, os direitos humanos sociais .

No desenho das intervenções, os adolescentes serão envolvidos no projeto, numa lógica de investigação-ação participativa, com o propósito de desenvolver ações alinhadas com as necessidades e interesses da população-alvo e como forma de capacitar estes jovens a tomarem melhores decisões sobre saúde.

Além disso, os dados provenientes de estudos de coorte de nascimento, como é o caso da Geração XXI do ISPUP, proporcionarão oportunidades importantes para avaliar trajetórias de comportamentos e para estudar sua a associação, ao longo da vida, com os níveis de saúde, bem como compreender como os fatores sociais podem modificar estas associações.

Finalmente, o projeto planeia ainda desenvolver ferramentas políticas e orientações de implementação para apoiar os decisores políticos e outras entidades relevantes num planeamento futuro que permita uma maior igualdade na saúde.

“O objetivo final dos nossos modelos de cocriação baseados na comunidade é quebrar ciclos de iniquidades em saúde, ao envolver ativamente a população alvo”, conclui Carla Lopes, investigadora responsável do projeto.

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