FOCAcCia: Exposição a aditivos alimentares e a contaminantes resultantes do processamento e embalagem de alimentos: definir padrões e os seus efeitos na adiposidade e na função cognitiva da infância

Carla Lopes

Investigador responsável

Investigador Doutorado Integrado

Tipo de projeto:

Nacional

Referência:

PTDC/SAU-PUB/31949/2017 (POCI-01-0145-FEDER-031949)

Instituição proponente:

Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto

Fontes de financiamento:

P2020|COMPETE – Projetos em Todos os Domínios Científicos - FCT

Data de aprovação:

24/04/2018

Data de início:

01/07/2018

Data (prevista) de conclusão:

31/12/2021

Orçamento total:

239.408,32 €

Linha de investigação:

L1- Investigação do curso de vida e envelhecimento saudável

Laboratório de investigação:

Nutrição e Saúde Cardiometabólica

Resumo:

A epidemia da obesidade permanece como um dos maiores desafios da saúde pública. A sua complexa etiologia dificulta a identificação de determinantes para além do modelo clássico do balanço energético. As hipóteses dos obesogénios e dos disruptores metabólicos sugerem um papel importante dos xenobióticos na obesidade e doença metabólica, particularmente dos veiculados pela alimentação. Os aditivos alimentares e compostos químicos resultantes do processamento e embalagem de alimentos, são de particular interesse pelo aumento da exposição nas últimas décadas. Estes químicos podem agir como obesogénios/disruptores metabólicos por desregulação da função endócrina, alteração do controlo hormonal do equilíbrio apetite-saciedade, alteração do balanço energético e da taxa de metabolismo basal, ter influência na função adipocitária e/ou no metabolismo da glicose-insulina. Adicionalmente, condicionando a insulinorresistência e os processos inflamatórios, estes compostos podem também ter efeito na função cognitiva.

A maior parte dos estudos foi realizada in vitro ou em modelos animais, sendo poucos os desenvolvidos em populações humanas com desenho longitudinal. Um dos desafios metodológicos nesta área é a avaliação da exposição a estes compostos alimentares em estudos epidemiológicos. O uso da descrição detalhada da informação individual da ingestão alimentar, de acordo com padrões europeus, e o desenvolvimento de modelos preditivos de avaliação pode, em parte, resolver alguns destes desafios.

O projeto permitirá descrever a exposição a xenobióticos alimentares usando informação de consumo alimentar recolhida previamente numa amostra representativa da população Portuguesa (Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física – IAN-AF 2015-2016) e desenvolver modelos estatísticos preditivos para melhor estimar a exposição, usando adicionalmente biomarcadores de exposição em amostras biológicas de urina. O projeto pretende ainda compreender melhor a influência destes compostos na adiposidade e na função cognitiva da infância à adolescência, tentando compreender caminhos metabólicos comuns, usando uma abordagem longitudinal com dados de uma coorte de nascimento de base populacional-Geração 21.

O cumprimento dos objetivos é assegurado pela inclusão de investigadores de diversas áreas (nutrição, psicologia, toxicologia alimentar e matemática) e pela sua larga experiência em estudos de coorte. O projeto beneficia de trabalho prévio da equipa que desenvolveu software de avaliação alimentar integrando o sistema de classificação e descrição alimentar FoodEx2 e uma tabela de composição de alimentos detalhada, permitindo uma melhor avaliação da exposição. A utilização de dados longitudinais e modelos estatísticos complexos são também vantagens na obtenção de melhor evidência que suporte políticas públicas de redução da exposição a compostos adversos nos alimentos e para definição de ações de gestão de risco.

 

Financiamento aprovado pelo Programa Operacional Competitividade e Internacionalização na sua componente FEDER, pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, I.P.

Equipa de Investigação