ISPUP; University of Leeds, United Kingdom;
As interações gene-ambiente têm sido identificadas como potenciadoras dos atuais níveis de obesidade. A teoria da suscetibilidade comportamental propõe que a susceptibilidade genética à obesidade é parcialmente atribuível a fenótipos relacionados com o apetite. A identificação de crianças com comportamentos relacionados com o apetite de alto risco, tais como uma elevada resposta a estímulos externos à alimentação ou menor sensibilidade aos sinais internos de saciedade (enquanto ainda estão com um peso saudável) e que apresentam uma maior probabilidade de se tornarem obesos no futuro, potencia a identificação de estratégias para prevenir a obesidade infantil.
Este projeto visa compreender a contribuição dos comportamentos alimentares relacionados com o apetite como mediadores do ganho excessivo de peso ao longo da trajetória de vida, especificamente no contexto das interações gene-ambiente. O projeto organiza-se em três work packages (WP): WP1: evidência de base populacional; WP2: evidência experimental; WP3: disseminação de resultados.
A possibilidade de beneficiar de extensa informação recolhida no âmbito de coortes de nascimento prospetivas (Geração XXI e uma coorte de gémeos recém estabelecida, que proporciona as condições ideias para estimar a influência relativa dos genes e do ambiente na variação dos fenótipos) é uma vantagem deste projeto e que permitirá utilizar abordagens metodológicas robustas e longitudinais (desde a infância à adolescência precoce), o que constitui uma vantagem relativa à natureza transversal da maioria dos estudos, focados no período do início de vida. Os preditores dos comportamentos relacionados com o apetite e a importância dos fatores genéticos versus os do ambiente no peso da criança irão ser estudados. Este projeto tem também como objetivo identificar os pontos de corte para o risco de obesidade e o valor preditivo destas características relacionadas com o apetite.
Este projeto irá reunir e compilar evidência atual e gerada por este projeto em materiais educacionais e promover sua disseminação a pais e outros cuidadores. Esta articulação e comunicação entre a comunidade científica e a população promoverão a literacia em saúde.
O sucesso deste projeto está assegurado pela colaboração de especialistas internacionalmente reconhecidos com vasta experiência neste domínio, especificamente em metodologias relacionadas com estudos de coortes (ISPUP/U.Porto), em mecanismos biológicos relacionados com o apetite na sua vertente mais clínica, experimental (ICBAS/ U.Porto) e em comportamentos ingestivos e interações gene-ambiente (U.Leeds). Esta colaboração sinérgica trará valor acrescentado na optimização dos métodos e recursos para responder às questões científicas específicas. O projeto pretende igualmente promover a capacitação dos recursos humanos, suportando teses de pós-graduação, publicação de manuscritos e apresentação dos resultados e investigação colaborativa, através do recurso a consultores externos.
Financiamento aprovado pelo Programa Operacional Competitividade e Internacionalização na sua componente FEDER, pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, I.P.